ORIXÁ, NATUREZA E HOMEM: UM SÓ ECOSSISTEMA – USOS DE PLANTAS NOS TERREIROS DE CANDOMBLÉ E UMBANDA NO SERTÃO DO BRASIL
Por
Lílian
Pinto da Silva Santos
-
RC: 87218 -01/06/2021
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ARTIGO ORIGINAL
SANTOS, Lílian Pinto da
Silva [1],
SANTOS, Juracy Marques dos [2]
SANTOS, Lílian Pinto da Silva.
SANTOS, Juracy Marques dos. Orixá,
Natureza E Homem: Um Só Ecossistema – Usos De Plantas Nos Terreiros De
Candomblé E Umbanda No Sertão Do Brasil. Revista
Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 06, Vol. 01,
pp. 21-37. Junho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencias-sociais/natureza-e-homem
Contents [hide]
·
RESUMO
·
1.
INTRODUÇÃO
·
2. A
PESQUISA
·
3. USOS
DAS PLANTAS PELOS TERREIROS CARTOGRAFADOS
·
4.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
·
REFERÊNCIAS
·
APÊNDICE
– REFERÊNCIA DE NOTA DE RODAPÉ
RESUMO
No contexto dos rituais
afro-brasileiros e indígenas é imprescindível a utilização de vegetais e
animais no que se refere ao valor simbólico e espiritual, através de atividades
místicas em forma de oferendas, individual ou coletivamente. A questão
motivadora desta pesquisa foi: quais os sentidos do uso das plantas nos rituais
sagrados do Candomblé e da Umbanda no Sertão? Para essas culturas humanas
milenares, que trazem consigo um vasto conhecimento sobre as mais diversas
formas de proficuidade desses elementos, é também pelas irradiações e vibrações
energéticas que se dá o processo terapêutico, para além da cura do corpo
físico. Este estudo foi desenvolvido através da análise dos discursos presentes
nas Cartografias Sociais dos Terreiros de Paulo Afonso, Jaguarari, Petrolina e
Juazeiro e Senhor do Bonfim (2009; 2010; 2015; 2018), buscando compreender a
forma de organização dos terreiros de Candomblé e Umbanda e suas relações com
os ecossistemas no sertão brasileiro. O caminho que percorremos neste trabalho
deu-se a partir da construção dos sentidos simbólicos, das vivências e saberes
dos povos do Candomblé e da Umbanda sertanejos destacando as práticas destas
religiões como narrativas dos sujeitos da pesquisa contidas neste vasto
material resultante de mais de dez anos de pesquisas de campo.
Palavras-chave: Terreiros,
plantas, religiosidade
1. INTRODUÇÃO
A relação entre homem e
natureza, de forma associativa, excedeu-se em domínio alicerçado no atributo da
razão, que outorgou ao homem o direito e encargo da domesticação de plantas e
animais, conforme Moura; Marques (2008). A utilização de elementos biológicos
dos ecossistemas alheios ao próprio corpo para a manutenção do metabolismo é a
fundamentação vital de seres biologicamente classificados como heterotróficos,
os que não produzem organicamente seus próprios alimentos. Para Huffman (1997);
Hutchings et al. (2003) é de conhecimento dos primatas, aves, rinocerontes,
elefantes e roedores a utilização de minerais e vegetais como produtos
medicinais para antídoto contra toxinas, controle de hormônios, controle de
parasitas, ainda como antibióticos e estimulantes.
Para Huffman (1997); e
Hutchings et al. (2003) o uso de vegetais e minerais com potencial medicinal é
conhecido em animais como primatas, aves, lobos, elefantes, rinocerontes e
roedores, visando à ação antimicrobiana, estimulante, laxante, antiparasitária,
antibiótica, controladora hormonal e como antídoto contra toxinas.
A medicina popular, também
chamada de tradicional, beneficia cerca de 80% da população do mundo, segundo
estimativa da Organização Mundial da Saúde. Assim sendo, justifica o estímulo a
pesquisas etnográficas, farmacológicas, médicas e ecológicas que são de muita
relevância para a fundamentação dos saberes populares no meio científico para
fins de aquisição de novos medicamentos e terapias, como nos indicam Moura;
Marques (2008) e Alves (2010)
Sendo o país mais abundante em
biodiversidade terrestre do planeta, o Brasil abriga cerca de 20% das espécies
animais, vegetais e microrganismos do mundo (NOGUEIRA et al., 2010),destaca-se
ainda por ser um dos países de maior diversidade genética vegetal, contando com
mais de 55.000 espécies catalogadas, como afirma Nodari; Guerra (1999).
Marcada por uma grande
utilização etnofarmacológica de diversas plantas por comunidades locais, o
Nordeste caracteriza-se ainda pela transmissão desse saber tradicional e
popular de geração a geração, sendo possível observar um vasto conhecimento de
métodos terapêuticos para a cura ou alívio de algumas doenças. (BAPTISTEL et
al., 2014).
No contexto do sertão, marcado
por uma vegetação contida em uma área de caatinga, determinado por um clima
predominantemente semiárido no qual há baixa oferta de água e é
extremamente variável – ao contrário do que se pensava outrora – há uma grande
variação de condições ambientais, essenciais tanto para o surgimento quanto
para a sobrevivência de várias espécies que se adaptam bem ao clima dessa
região, como destaca Andrade (2013).
Ocupando atualmente 11% do
território nacional e com a extensão de aproximadamente 845 mil quilômetros
quadrados, a caatinga, ainda segundo Andrade (2013), divide-se em oito
ecorregiões bem distintas no tocante às paisagens, vegetações, tipos de solo.
Em algumas destas as chuvas não chegam a atingir mil milímetros (mm) no
decorrer do ano. Apesar das circunstâncias supracitadas, a caatinga possui
grande variedade de plantas, muitas delas, endêmicas. Estima-se que, das 6 mil
espécies, distribuídas em 1.333 gêneros, 18 são próprios da região e das 87
espécies de cactos, 83% são exclusivas desse ecossistema.
De uma riqueza inestimável, a
caatinga também é um bioma rico em espécies animais, havendo estudos que
apontam a existência de aproximadamente 327 espécies endêmicas. Há registros de
178 espécies de mamíferos, 591 espécies de aves, 177 espécies de répteis, 79
espécies de anfíbios, 241 espécies de peixes e 221 espécies de abelhas, segundo
o Ministério do Meio Ambiente, e estima-se ainda que são típicos da caatinga 13
espécies de mamíferos, 23 de lagartos, 20 de peixes e 15 de aves.
Para além das belezas e
riquezas dessa mata branca, aqui fazemos referência à língua Tupi na qual a
palavra caatinga é atribuída à vegetação deste bioma. Esta pesquisa nas casas
santas dos Terreiros de Candomblé e Umbanda no Sertão traz uma vasta relação
dos povos tradicionais e os meios com os quais se relacionam com os
ecossistemas através do seu sagrado.
2. A PESQUISA
Os processos de adaptação e resistência
vivenciados por parte dos homens e mulheres escravizados no passado, quer sejam
indígenas ou africanos, nos legaram a manutenção de valores de uma cosmovisão
diferenciada, que fez sobreviver línguas, tradições culturais e outras formas
de se relacionar com o sagrado por meio da natureza. Esses valores foram
salvaguardados no universo dos terreiros, territórios de matriz africana e
indígena no Brasil. Conforme Hampaté Bâ (1982):
Na cultura africana, tudo é
“História”. A grande história da vida compreende a história da terra e das
águas (geografia); a história dos vegetais (botânica e farmacopeia); a história
dos “filhos do seio da Terra” (mineralogia e metais); a história dos astros
(astronomia, astrologia), a história das águas, e assim por diante […] Por
exemplo, o mesmo velho conhecerá não apenas a ciência das plantas (as
propriedades boas e más de cada planta), mas também “as ciências da terra” (as
propriedades agrícolas ou medicinais dos diferentes tipos de solo), a ciência
das águas, astronomia, cosmogonia, psicologia… Trata-se de uma ciência da vida,
cujos conhecimentos sempre podem favorecer uma utilização prática. E quando
falamos de ciências “iniciatórias” ou ocultas, termos que podem confundir o
leitor racionalista, trata-se sempre, para a África tradicional, de uma ciência
eminentemente prática que consiste em saber como entrar em relação apropriada
com as forças que sustentam o mundo visível, e que podem ser colocadas a
serviço da vida (HAMPATÉ BÂ 1982, p. 195)
Quanto às mitologias e as cosmologias
indígenas, elas tratam de temas com que se preocupam todos os homens, com menor
ou maior grau de elaboração, expressão ou consciência. Camargo (1994) demonstra
que a cosmovisão indígena possui, enquanto princípio, a tomada da vida em
complementaridade, indicando que nas comunidades, os seres se complementam.
Para esse autor, enquanto sociedades igualitárias e sem divisão de classes
sociais, nem separação entre possuidores dos meios de produção, as comunidades
indígenas se organizam a partir da posse coletiva de terras e dos recursos que
nelas existem logo, a socialização dos saberes básicos é indispensável à
sobrevivência tanto física quanto cultural e social dos seus membros. Dessa
forma, a incompletude do ser se transforma em convivência harmônica e questão
fundamental de sobrevivência.
Isto posto, é necessário que se
faça a reflexão acerca dos processos de resistência desses povos que apesar e
por causa dos crimes de lesa-humanidade vividos ao longo dos séculos
estabeleceram através do respeito e do diálogo a mais legítima troca de saberes
ancestrais. Saberes esses que trazem no seu cerne a reverência às forças da
natureza como reflexos das emanações dos Orixás, Encantados e Inkises na Terra,
e que, portanto, poluir o ar, desperdiçar a água, destruir as árvores,
desrespeitar a humanidade são práticas contrárias à aprendizagem dos espaços
sagrados dos Terreiros.
Conforme Oxóssi (2020), desde a
chegada dos primeiros negros no Brasil, a medicina tradicional e a medicina
natural já se confundiam nas comunidades e antes mesmo disso, o conhecimento
das propriedades mágicas e terapêuticas dos vegetais já era notado através do
contado dos indígenas que aqui habitavam e já tinham na natureza seu meio de
existência e sobrevivência.
Para Barros; Napoleão (2011)
foi através da organização dos primeiros candomblés que essa prática ganhou
notoriedade e em especial pelo seu caráter espiritual. Para esse autor, não foi
apenas a criação de locais de culto aos Orixás mas, espaços de memória das
origens e tradições onde se celebra a ida de uma maneira muito particular.
Assim sendo, os negros
escravizados, para fins de adaptação às suas novas condições de vida,
ressignificaram uma série de costumes e ritos agregando à sua cultura original
diversos aspectos que aqui encontraram através do contato com os indígenas e
com os europeus. Oxóssi (2020) acrescenta que foram descobertos novos
ingredientes e maneiras de trabalhar com os elementos naturais que, apesar do
clima muito semelhante, diferiam em diversos aspectos de produção e de oferta.
Procedeu-se à coleta do
material citado pelos Sacerdotes e Sacerdotisas que compõem as Cartografias
Sociais dos Terreiros de Paulo Afonso, Jaguarari, Petrolina e Juazeiro e Senhor
do Bonfim (2009; 2010; 2015; 2018). As espécies de plantas medicinais
levantadas foram identificadas e incluídos seus respectivos nomes de acordo com
o sistema APG (THE ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP, 2003) e no Registro Nacional de
Cultivares. Com base nas informações obtidas, foi elaborada uma listagem de
espécies organizada por nomes populares seguidos pelo nome científico, origem e
número de citações.
3. USOS DAS PLANTAS PELOS
TERREIROS CARTOGRAFADOS
Totalizando 51 entrevistados em
27 Terreiros que se identificam como Candomblé, outros 21 Terreiros de Umbanda,
02 que se autodenominam Umbanda com Candomblé e 01 intitulado Mesa Branca,
foram identificadas 27 espécies vegetais originárias dos mais diversos
continentes. Dessas, 07 são originárias do Brasil Gameleira (Ficusdoliaria), Jatobá (Hymenaeacourbaril L),
Jurema (Mimosa
hostilisBenth) / (Mimosa
tenuiflora Willd), Licuri (Sygrus
Cronata), Mulungú (Erythrina
verna Vell), Pau Ferro (Caesalpinialeiostachya),
Pitangueira (Eugenia
uniflora) Quadro 1. Lista de espécies de plantas medicinais e
litúrgicas citadas nas Cartografias Sociais dos Terreiros de Paulo Afonso,
Jaguarari, Petrolina e Juazeiro e Senhor do Bonfim (2009; 2010; 2015; 2018).
Quadro 1. Lista de espécies de
plantas medicinais e litúrgicas citadas nas Cartografias Sociais dos Terreiros
de Paulo Afonso, Jaguarari, Petrolina e Juazeiro e Senhor do Bonfim (2009;
2010; 2015; 2018).
Espécies vegetais
(nomes
populares)
|
Nome científico
|
Origem
|
Quantidade de citações
|
Abacateiro
|
Persea americana
|
Continente Americano
|
01
|
Akoko
|
Newbouldialaevis
|
Continente Africano
|
01
|
Arruda
|
Rutagraveolens L
|
Europa Meridional
|
01
|
Canela
|
Cinnamomumzeylanicum
|
Siri Lanka
|
01
|
Coqueiro
|
Cocos nucifera
|
Continente Americano
|
01
|
Erva-doce
|
Pimpinellaanisum L.
|
Ásia
|
01
|
Folha de colônia
|
Alpina speciosa
|
Ásia
|
01
|
Gameleira
|
Ficusdoliaria
|
Brasil
|
02
|
Guiné
|
Panicummaximumjacq
|
África
|
01
|
Jaqueira
|
Artocarpusheterophyllus
|
Índia
|
02
|
Jatobá
|
Hymenaeacourbaril L
|
Brasil
|
02
|
Jurema
|
Mimosa hostilisBenth
Mimosa
tenuiflora Willd.
|
Brasil
|
02
|
Laranjeira
|
Citrussinensis L.
|
Ásia
|
02
|
Levante
|
Menthavirids L.
|
Mediterrâneo
|
01
|
Licuri
|
SygrusCronata
|
Brasil
|
01
|
Mangueira
|
Mangifera indica
|
Índia
|
02
|
Milho branco
|
Zeamays
|
México
|
01
|
Mulungú
|
Erythrina verna Vell
|
Brasil
|
01
|
Pau-ferro
|
Caesalpinialeiostachya
|
Brasil
|
01
|
Peregun
|
Dracaenafragance
|
África
|
01
|
Pitangueira
|
Eugenia uniflora
|
Brasil
|
01
|
Totalde espécies citadas
|
|
|
27
|
Fonte: Registro nacional
de cultivares – RNC, disponível em: http://sistemas.agricultura.gov.br/snpc/cultivarweb/cultivares_registradas.php
Optamos por trazer inicialmente
os discursos dos dirigentes dos Terreiros, sacerdotes e sacerdotisas, em que
são citadas as ervas e posteriormente teceremos comentários mais específicos
acerca dos seus usos
Sobre os usos das ervas nos
rituais sagrados, o Sacerdote do Terreiro de Umbanda Centro de Ogum Beira-mar,
nação Ketu, situado no Município de Paulo Afonso, Bahia, infere:
As ervas medicinais são usadas
para as curas, para os banhos, a arruda para preparar os banhos, as folhas das
laranjas, o sal de pedra, folha de manga para espantar espíritos maus, a folha
de guiné que é uma planta que muitas vezes o povo diz: o que é guiné? É o tipi,
é a corrente do tipi. A folha do levante que muitas vezes as pessoas não
conhecem que são folhas de colônia. Folhas de peregum que é uma planta que ela
é nascida nas matas e serve para fazer o lavamento da cabeça para a cura e é a
concentração do batismo dos orixás.
Usa a jurema tanto para o banho
como a usa a casca pra fazer o vinho para os filhos tomar aquele vinho como uma
cura. É um vinho feito com a casca da jurema, não se bota álcool por que ele é
um vinho purificado, igualmente os padres fazem os seus vinhos purificados para
acompanhar o corpo de Cristo que é a hóstia.
Aqui nós temos a hóstia que é
feita com pão, com pedaços de pão, fatias de pão. Ai ali nós fazemos aquele
ritual que é para os filhos de santo, os filhos de santo vão passar sete dias,
eles vão comer esse pão, vão comer peixe, frutas e arroz branco. Eles não vão
comer feijão, eles não vão comer o macarrão, não vão comer carne vermelha,
porque não pode.
Eles vão comer apenas carne de
frango, peixe, pão, frutas e arroz branco. Os sete dias que eles estão de
quarto. O banho da jurema é pra tirar os maus olhados, para afastar os maus
olhados, qualquer tipo de quebrante tira com as folhas da jurema. Faz o banho e
depois toma, ai você está preparado, pois está limpo, ai faz o fechamento de
corpo em você como se fosse um batismo pelas correntes das folhas dos orixás.
Por que senão, não fica
completo, você vai entrar sete dias de quarto para dar um bori, se você não foi
lavado, se você não foi batizada, não adiantou nada o seu bori, o seu bori não
saiu completo. Então o batismo é com o bori. (MARQUES 2009;101/102/103).
· A
arruda, Rutagraveolens
L, planta originária da Europa Meridional tem grande importância
para os povos tradicionais de Terreiro. Oxóssi (2020, p. 36) atribui a arruda
propriedades energéticas de proteção espiritual e cortar energias negativas
além de servir de amuleto para olho grande expressão utilizada para designar
inveja- e maus fluídos, intensifica a força de vontade auxiliando o indivíduo à
realização dos seus desejos.
· Folhas
de laranja, Citrussinensis
L., têm propriedade relaxante aliviando insônia e nervosismo.
Energeticamente, para Oxóssi (2020, p. 94) ajuda no desenvolvimento da
mediunidade e clarividência, atrai amor e favorece a conquista de bens
materiais. Alivia ainda sentimentos de solidão e abandono. Por ser uma folha
pertencente ao Orixá Oxalá e pertencente ao elemento ar, traz harmonia e calma.
· As
Folhas de manga, Mangifera indica,
segundo Oxóssi (2020, p. 103), pertencem ao Orixá Omolu e ao elemento terra, é
utilizada em rituais de descarrego e limpeza espiritual.
· Guiné, Panicum maximum jacq,
pertencente aos Orixás Ossain e Oxóssi, indica Oxóssi (2020, p. 87) que assim
como as folhas de manga também estão relacionadas ao elemento terra e seu uso é
feito em rituais de descarrego e limpeza espiritual.
· Colônia/levante
ou alevante, Menthavirids
L., possui a propriedade fitoterápica de auxiliar no combate a
insônia e nervosismo. Como remédio caseiro põe fim aos males do estômago se
usado como chá (pendão ou cacho floral). Energeticamente, Oxóssi (2020, p. 66)
diz que esta planta abre caminhos, equilibra as emoções, alivia traumas e choques
emocionais, traz força e coragem para enfrentar os desafios além de trazer
harmonia e paz aos pensamentos. Tem como Orixás regentes Ogum e Oxalá e
pertence ao elemento fogo.
· Peregum, Dracaenafragance,
pertence ao elemento terra e tem como Orixás regentes Logunedé e Oxóssi. Abre
os caminhos, atrai boas energias, fortalece a mediunidade e a espiritualidade.
Oxóssi (2020, p. 122) indica que esta planta traz força e coragem para
enfrentar os desafios.
Sobre os usos das ervas, a
Senhora Josefa dos Santos Dias, dirigente do Centro Espiritual Umbanda, situado
na cidade de Jaguarari, Bahia afirma:
Eu defumo com incenso, com
azeite doce, com ervas, folhas de pitanga, cascas de laranja. O significado é
porque ele traz a cura que é a paz, faz o retiro. Então os habitantes que vêm
pra se acumular o incenso faz o retiro, ele limpa (MARQUES, 2010, p. 209).
· Pitangueira, Eugenia uniflora, tem
como regente a Orixá Iansã, elemento fogo. Suas folhas são utilizadas para
abris caminhos, conforme Oxóssi (2020, p. 126), suas folhas atraem boas
energias e amor, fortalecem a mediunidade e também as amizades. Chamada ìtà em
Yorùbà, segundo Barros pertence ao orixá Ossanyn e é classificada no
compartimento terra. Varella e Silva (1973) fazem uma associação dessa planta
ao orixá Oxóssi para defumação e junto com canela, cravo, café e açúcar para
melhorar as finanças.
Nas Cartografias Sociais dos
Terreiros de Petrolina, Pernambuco, encontramos na fala do Babalorixá Valter
d’Oxum, conhecido como Pai Valter, sacerdote do Terreiro Nossa Senhora das
Candeias, pertencente a Nação Ketu:
Para aqui trouxe vários
aprendizados do Candomblé. Eu trouxe muita alegria, trouxe muito samba, trouxe
muita cantiga, tá entendendo? As pessoas é que não souberam aproveitar, sabe? O
akokô, essa planta de poder que tem em todo Candomblé aqui, quem trouxe fui eu.
O primeiro pé de akokô. Inicialmente coloquei uma muda em casa, depois sai
distribuindo. (2015, p. 115)
(…) Olhe! Todas as plantas são
fundamentais no Candomblé, particularmente as fruteiras. Mas o akokô, eles
identificaram como sendo, não uma planta frutífera, mas como uma planta de axé
que existia na África. É como a gameleira, tá entendendo? Como o mulungu. Por
exemplo, o pé-de-jaca é uma planta de fundamento. Tem de manga, tem de abacate,
mas aí são plantas frutíferas; agora, as plantas que não davam frutos o akokô
está incluído como numa das plantas de axé, de crescer. Apesar de ser um
segredo em si, ela tem um santo, que não vou dizer o nome, ela tem uma
identidade com um santo, ela tem muito fundamento, tanto pra banho como para
outros fins. Eles chamam bejereçú,
uma daquelas coisas secreta no Candomblé (MARQUES; NOVAES, 2015, p. 121)
· A planta
akoko, Newbouldialaevis,
originária do continente africano, mais especificamente da Nigéria, é uma das
mais importantes e sagradas dentro do culto do candomblé brasileiro, estando
bastante difundida e aclimatada no nosso país. Para Barros; Napoleão (2011) é
considerada uma das mais importantes e sagradas do culto aos Deuses Africanos.
As folhas de Akoko são tão importantes, que são utilizadas para consagrar os
títulos honoríficos e religiosos que os seguidores do Candomblé recebem. Suas
folhas ainda são utilizadas em diversos rituais, bem como o seu tronco. Seus
galhos possuem uma forte ligação com os ancestrais. Há ainda, Divindades que
moram aos pés dessa árvore. Na África, por exemplo, existem assentamentos de
Ogum, o Deus Guerreiro, aos pés dessa árvore.
· A
Gameleira, Ficusdoliaria, uma
planta originária do Brasil, também conhecida como Iroko, para Oxóssi (2020, p.
83), é uma planta que possui os Orixás Iroko e Oxalá como regentes. Seu
elemento é o ar e é considerada a morado dos ancestrais masculinos e femininos.
Considerada uma das árvores da criação do mundo, sua força de fixação
espiritual é tão grande que deve ser utilizada com muita cautela.
· Mulungú, Erythrina verna Vell,
planta que tem propriedades medicinais calmante é muito usada no tratamento de
quadros de insônia, assim como alterações do sistema nervoso, especialmente
ansiedade, agitação e convulsões. Para os povos de santo o Mulungu é utilizado
para banhos ou defumação e existem relatos no candomblé, do uso de lascas do
tronco ou da raiz de mulungu ao longo do período de reclusão exigido aos
iniciantes, a fim de deixá-los mais tranquilos e relaxados. Os povos bantos já
conheciam e utilizavam muitas árvores do gênero Erythrina, como E. abyssinica (DC.) Lam., E. caffra Thumb., E. tomentosa (A. Rich.) R. Br., E. senegalensis Chevalier.
Eram conhecidas por mulungo,
murungu ou mungu.
Segundo Schleier; Quirino; Rahmer (2016, p. 165), existem mais de cem espécies
brasileiras conhecidas como mulungu. Ainda para este autor, no nosso país os
pajés de diversas etnias indígenas, em seus rituais, utilizam espécies de Erythrina como base
de bebidas alucinógenas além da preparação do curare, que se trata de uma
porção paralisante da musculatura, empregada para ensopar dardos e flechas para
fins de pesca e caça.
· A
Jaqueira, Artocarpusheterophyllus, considerada,
por excelência, a morada das grandes mães ancestrais tem em seus frutos o poder
de transformar o homem bruto em nobre, valioso e iluminado. Oxóssi (2020, p.
91) infere que a jaqueira pertence ao Orixá Oxóssi e tem como elemento da
natureza, a terra.
· O
Abacateiro, Persea
Americana, originário do continente americano, sua folha é
usada para banho e defumações, como função limpadora, expansora. Por ser uma
erva pertencente a Oxóssi traz direção e energização.[3]
A Yalorixá Maria Filha de
Souza, conhecida como Mãe Laurice, responsável pelo Centro Espírita de Umbanda
Oxum Iafi, Petrolina- Pernambuco, acrescenta:
Jurema é minha madrinha, Jesus
é meu protetor. Jurema é um pau sagrado, onde Jesus descansou. Você que é um
bom mestre, me ensine a trabalhá, com a força da Jurema e o galho do ajucá.
(…) Na Jurema a gente prepara a
casca de jurema, a casca de jatobá, e várias cascas que servem de remédio,
também. A gente cozinha ou bota de molho, e prepara depois dela cozinhada. A
gente bota canela, erva-doce e mais algumas para tirar o travo. Açúcar, mel,
vinho, pra preparar a jurema.
(…) Agora eu lembrei de um
assunto que eu não falei. Quando a gente começa a tomar jurema, o cabra sofre.
Porque vem aqueles guias que vai tá com aquelas correntes, chamando… Mas, a
gente sofre, viu?! Para desenvolver aquela corrente. Quando aquela corrente
vem, que você já tá desenvolvido nela, já vem outro [guia]. E assim por diante:
vem um, vem outro e você passando por aquilo tudo. É sofrimento, viu? Eu caia,
bolava pelo chão. Teve uma vez que eu caí, desminti o pé, meu Deus do céu.
Pensei: – Nunca mais que eu vou ali. Aí o guia me mandou um recado, que eu só
ia ficar boa se fosse lá. Eu fui, e ele me rezou, e eu fiquei boa.
Fiz muito trabalho na mata
porque eu não tinha lugar para fazer, e tinha que trabalhar na mata, mesmo. Era
com os espíritos da jurema, tinha que trabalhar mais. Fazia limpeza tudim lá e
lá mesmo deixava. E hoje a gente faz uma limpeza aqui, faz um sacudimento, faz
lá fora, ou faz aqui dentro. Mas, tem que preparar o salão depois, tem que
descarregar, tem que desfumar, tem que lavar tudo. E lá na mata, lá mesmo faz a
limpeza e lá mesmo deixa aquilo tudo, e já vem limpo de lá (MARQUES; NOVAES,
2015, p.130, 139; 140/141).
Compreendemos aqui tratar-se de
duas situações diferentes. Uma é o uso da planta e outra é a prática da Jurema,
que para alguns também se identificam como umbandistas, espíritas ou católicos.
Conforme Assunção (2010, p. 112), essa pluralidade nos permite inferir que a
Umbanda é um universo que permeia diferentes práticas religiosas. A Jurema,
para este autor, refere-se às entidades encantadas dos mestres e caboclos que
vivem nas matas. Os seguidores a consideram uma corrente boa e quente. Boa
sendo compreendida como forte, tem a sua ação imediata na resolução de
problemas além de favorecer o desenvolvimento do médium.
Acerca da planta jurema, Mimosa hostilis Benth/Mimosa
tenuiflora Willd, Oxóssi (2020, p. 92/93) nos informa que existem
dois tipos, a jurema branca que pertence ao elemento terra e tem como orixá
regente Oxóssi e a jurema preta que pertence ao elemento fogo e tem como orixá
regente Exu. Ambas as ervas servem para abrir caminhos, atrair boas energias,
fortalecer a mediunidade e a espiritualidade, trazer força e coragem. A
jurema-preta é utilizada também em banhos fortes de descarrego.
· O
Jatobá, Hymenaeacourbaril
L, possui propriedades medicinais expectorante, adstringente,
estimulador de apetite, vermífugo, descongestionante, diurética, estomáquica,
combate problemas renais e urinários, infecções intestinais e é cicatrizante.
Segundo Mãe Laurice (MARQUES; NOVAES, 2015, p. 139) juntamente com a jurema e
as cascas de outras ervas o jatobá pode ser utilizado na preparação de
remédios.
Na Cartografia Social dos
Terreiros de Senhor do Bonfim, a Yalorixá Mãe Davina Rodrigues da Silva,
zeladora do Terreiro de Oxóssi, situado no Bairro São Jorge, nos diz:
Nessa época, minha mãe, Maria
do Cézar, doou parte do seu terreno da fazenda para a construção da Capela de
São Jorge, santo com o qual ela tinha devoção, por causa de Oxóssi. Depois que
ela deu a Igreja fez a capela mas colocou o nome de Cristo Rei. Dói muito não
vê as árvores que tinha.
Mas, primeiro, Deus abençoe
todos nós, Oxóssi e os Orixás.
Deixa eu mostrar aqui: ali é
dois pé de licuri, de gameleira e essa aí é o Jatobá. Jatobá é que é a moça.
Plantou aqui que é a força da casa dela. Ela nasceu de dois. Tudo aqui, até os
pé de jaca, tudo é de dois. Parece uma coisa que eu não sei como é, sabe?
(MARQUES; SILVA, MARQUES, 2018, p. 16/17)
· Licuri, Sygrus Cronata, planta
de origem brasileira, palmeira nativa do bioma caatinga. Espécie pode ser
encontrada no norte de Minas Gerais, na porção oriental e central da Bahia até
o sul de Pernambuco e nos estados de Sergipe e Alagoas. As suas folhas são
utilizadas no artesanato, a amêndoa produz um óleo muito similar ao óleo de
coco, utilizado na culinária e na fabricação de sabão. Sendo comestível a
amêndoa também é utilizada na fabricação de cocadas, doces e licores além de
outros pratos variados na cozinha baiana. Os resíduos ainda são aproveitados na
alimentação animal. Para além disso, o licuri é uma árvore sagrada onde suas
palhas são utilizadas para rezas e benzimentos, adornos, cobertura na entrada
dos assentamentos chamados mariôs, cuja função é espantar as energias negativas
e espíritos perturbadores.
Ainda sobre as árvores
sagradas, o Babalorixá Antônio Alves Sobrinho, ou como prefere ser chamado, Pai
Antônio D’Ogundelé, dirigente do Terreiro de Umbanda Pai Oxalá, também
conhecido como Terreiro Tupoiaoo, Situado no bairro da Olaria, Senhor do
Bonfim, Bahia infere:
Existem árvores sagradas e que
pertencem aos Orixás. Toda árvore ou planta que se tem no Terreiro é sagrada.
Aqui eu tenho um pé de Pau Ferro que é consagrado a Oxóssi. A Jurema é uma
Cabocla dentro dos Terreiros e é uma das árvores mais sagradas dentro da
Umbanda. Aqui no meu terreiro ela (a árvore Jurema) é consagrada a Exú, o Exú
Orixá, o ExúBará. Porque existe o Exú Orixá e o que não é Orixá, que é um guia
espiritual. Tranca Rua é o guia espiritual da casa, já o Exú Orixá da casa é
Bará. (MARQUES; SILVA; MARQUES, 2018, p. 156/157).
· Pau-ferro, Caesalpinialeiostachya, árvore
nativa da mata atlântica, no Brasil que possui copa arredondada e ampla, tronco
claro, marmorizado e que possui folas compostas bipinadas, com folíolos de cor
verde-escuro. O pau-ferro possui uma madeira dura, resistente e de excelente
qualidade para a fabricação de violões e violinos, pode ser utilizado também na
construção civil. Sua casca é muito usada na medicina popular, tendo
propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, anticancerígenas e anti úlceras.
É utilizado para banhos e defumações. O folclorista Alceu Maynard Araújo (1964,
p. 47) afirma que com a jurema se prepara o jurubari, a bebida dos encantados, dos
caboclos, além de outras plantas, como umburana de cheiro (Torresia acreana) e
juçá-outro nome popular para o pau-ferro- (Caesalpinaferrea) em
infusões com cachaça.
Para Pires et al. (2009), as
plantas, no universo das religiões de matriz afro indígenas, apresentam um
valor simbólico irrefutável por serem utilizadas para propósitos ritualísticos
e de rotina pelas comunidades dos terreiros. O uso de plantas sagradas atende
aos aspectos litúrgicos das casas-de-santo e possui ainda um caráter farmacobotânico,
empírico e individual (BARROS, 1983; VERGER, 1995; CAMARGO, 1988).
Somam-se aos saberes milenares
desses povos, um dos mais ricos frutos das culturas indígenas e negras, a
necessidade da preservação dos ecossistemas por razões intrínsecas aos seus
modos de vida e ao respeito às suas ancestralidades.
Evidencia-se na fala do
Babalorixá Charliton Fernandes, cujo orukó[4] é Odé Irilé Taladeram Kariodé,
dirigente de um Terreiro Candomblé de nações Keto e Angola, situada no
município de Paulo Afonso- Bahia, todo um cuidado na preservação dos
ecossistemas:
O Candomblé, para mim, ele é
uma ciência soberba, milenar, uma fonte de conhecimento, é um auxílio, até para
quem não tem conhecimento. Quem busca conhecimento, procure conhecer candomblé,
assim como os gregos. Acho que o Candomblé é uma cultura excepcional, religião
excepcional. Orixá é energia, orixá é natureza, acima de tudo.
Aqui, na minha casa, eu não
deixo vela acesa no mato, eu não quebro garrafa em encruzilhada, porque eu
respeito. Se meu orixá é natureza, porque é que eu vou fazer mal à natureza?
Então, estarei fazendo mal a meu orixá. Eu me certifico que a vela foi apagada,
que queimou até o fim, para que não venha causar queimadas. Candomblé
para mim é respeito, é dignidade, é alegria. Candomblé para mim é tudo!
(MARQUES, 2009, p. 47/48).
Diferente do pensamento
hegemônico ocidental, a tradição religiosa afro-brasileira agrega importantes
valores com relação a preservação das matas posto que, conforme Verger (1995):
No candomblé, a coisa mais
importante é a questão das folhas, das plantas que se utilizam no momento em
que se faz a iniciação. A natureza está sempre presente dentro da cerimônia.
Antes de se fazer a cerimônia, a gente toma banho de certas plantas, para ter
esse axé, essa força que está dentro das plantas.
Há ainda uma questão muito
importante a ser destacada por nós. No cotidiano dos Terreiros há todo um
cuidado na obtenção e utilização dessas ervas. Ulhôa (2011) nos informa que
sendo um dos princípios fundamentais e mais importantes do candomblé a colheita
de plantas da natureza, essa atividade não pode ser feita sem cuidados muito
específicos, tais como preces e cantigas, as quais têm por finalidade pedir
permissão e explicar à divindade os motivos da retirada necessária.
Esses espaços religiosos
vivenciam as cosmologias através dos ritos e mitos onde a presença das folhas é
de fundamental importância. É nessa relação de reverência e permissão que são
passados os conhecimentos milenares trazidos pelos africanos da diáspora, somados
aos saberes culturais indígenas e que colaboram para a constituição do Sertão
do nosso país em um enorme potencial para o culto aos Orixás.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ideia inicial de fazermos um
levantamento das plantas utilizadas pelos povos de terreiro do Sertão do
Brasil, a partir da análise dos discursos nas Cartografias Sociais dos
Terreiros de Paulo Afonso, Jaguarari, Petrolina e Juazeiro e Senhor do Bonfim (2009;
2010; 2015; 2018), buscando compreender os usos das plantas pelos povos de
santo, o sistema terapêutico e outras conexões, nos levaram a caminhos que
perpassaram pela atuação dessas ervas na manutenção do equilíbrio da saúde
física e espiritual dessas comunidades.
Observamos na nossa pesquisa
que a utilização das espécies vegetais conecta saberes tradicionais e colabora
de forma potente para a manutenção e cuidados dos ecossistemas pois a vida nos
Terreiros de Candomblé e Umbanda sertanejos é a própria expressão da natureza.
Todos os Orixás são e estão ligados diretamente aos elementos naturais e se
expressam através deles. Essa reverencia à natureza e às divindades que ali
habitam, demonstra que o homem é apenas parte de conjunto natural e harmônico maior
e que urge sensibilidades para lidar com profundo respeito e cuidado na
proteção deste imenso patrimônio material e imaterial.
Frente ao contexto apresentado
nas Cartografias Sociais dos Terreiros de Candomblé e Umbanda no Sertão, para
nós é evidente a importância de mais estudos acerca dos conhecimentos
etnobotânicos, etnofarmacológicos e espirituais dos Babalorixás e Yalorixás,
pois, através da utilização das plantas nas obrigações religiosas e nas
cerimônias de cura se mantém o equilíbrio da vida.
Frente ao contexto apresentado
nas Cartografias Sociais dos Terreiros de Candomblé e Umbanda no Sertão, para
nós é evidente a importância de mais estudos acerca dos conhecimentos
etnobotânicos, etnofarmacológicos e espirituais dos Babalorixás e Yalorixás, pois,
através da utilização das plantas nas obrigações religiosas e nas cerimônias de
cura se mantém o equilíbrio da vida.
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Oxóssi: um estudo sobre o candomblé na cidade de Goiânia.
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Rio de Janeiro; Ed. Espiritualista: 1973
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APÊNDICE – REFERÊNCIA DE NOTA DE RODAPÉ
3. Fonte:
https://admiradoresdaumbanda.com.br/produto/abacateiro/ Acesso em: 13/o5/2021.
4. Orúkọ –nome em
Yorùbá – é a expressão que traz muita força, uma verdadeira história de vida de
quem o recebe e traz com orgulho. No Candomblé os nomes não são considerados
apenas nomes. Alguns iniciados temo significado do seu nome revelado somente
após completar 7 anos, uma obrigação de maioridade dentro dessa tradição.
Fonte:
https://www.bibliotecaagptea.org.br/agricultura/biologia/livros/PLANTAS%20MEDICINAIS%20-%20MARIA%20ZELIA%20DE%20ALMEIDA.
Acesso em 13/05/2021
[1] Mestranda em Ecologia Humana,
pós-graduada em Neuroaprendizagem, Graduada em Pedagogia.
[2] Orientador. Doutorado em andamento em
Ecologia Humana.
Enviado: Maio, 2021
Aprovado: Junho, 2021.