domingo, 17 de junho de 2012

Brasil assumiu a presidência da Rio+20 no sábado (16.06.12)


Conforme nota do ambientebrasil de 16 / 06 / 2012,  a ONU disse que o Brasil assumiu a presidência da Rio+20 ontem (sábado).

O Brasil assume a presidência da Rio+20 a partir deste sábado (16), informou o diretor da divisão de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Nilchil Seth, durante coletiva de imprensa no Riocentro nesta sexta (15). O Brasil é o país-sede da conferência e assumir a presidência já era algo esperado a essa altura das negociações.
O principal desafio será mediar as negociações diplomáticas em torno do documento final da cúpula da ONU, devido à falta de acordo entre os 193 países que negociam o texto.
“A responsabilidade passa amanhã para o Brasil, que tem que decidir e explicar para os participantes qual é o programa para os próximos três dias. Os Estados-membros estão preocupados com os trabalhos da delegação. Esperamos que até 19 de junho esteja tudo concluído. A hora é de urgência. (…) O tempo não está a nosso favor,” disse Seth.
De acordo com o representante da ONU, em apenas 28% do texto final houve consenso entre os países, mas, segundo ele, a maior parte das pendências do documento deverá chegar aos chefes de Estado já resolvida. “Não existe um plano B”, disse.
O diretor explicou ainda que um dos assuntos que deve ser levado para a cúpula de alto nível é a discussão sobre “as reponsabilidades comuns, porém diferenciadas”, inserida nos “Princípios do Rio”, um dos documentos criados na Rio 92.
Na prática, o termo indica que todos os países devem cumprir as iniciativas propostas na conferência, porém, em proporções diferentes.
Sobre o debate dos meios de financiamento do desenvolvimento sustentável, Seth afirmou que, em nenhum momento, houve citação de valores no documento. Entretanto, ele citou que um novo texto sobre o assunto foi elaborado pelo G77+China, grupo de discussão que o Brasil faz parte.
Intervenção – De acordo com o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, um dos negociadores-chefe da delegação brasileira, o governo considera necessário assumir a presidência para concluir o debate sobre o texto, ainda com entraves em diversos capítulos.
A chamada “Reunião do Comitê Preparatório”, que antecede o segmento de alto nível, com os chefes de Estado, deveria se encerrar com um acordo finalizado ainda nesta sexta.
Entretanto, já em seu segundo dia, a própria direção da ONU previu a possibilidade de prorrogação das discussões para o fim de semana, por dificuldades apresentadas pelos diplomatas envolvidos.
Entre os principais entraves na negociação estão a definição dos meios de implementação do desenvolvimento sustentável no mundo – formas de financiamento, transferência de tecnologia para o mundo em desenvolvimento e capacitação.
Ainda há uma discussão sobre um fundo internacional de US$ 30 bilhões ao ano para bancar projetos sustentáveis nos países, mas já existe uma grande rejeição das nações ricas devido à crise mundial.
Outros assuntos, porém, tiveram andamento, segundo a delegação brasileira. Já há acordos para a criação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que devem auxiliar os governos a implantar uma economia verde (pensando nas questões econômicas, sociais e ambientais) e também um “consenso grande” de que o Programa das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, o Pnuma, deve ser fortalecido e não se tornar uma super agência. (Fonte: Eduardo Carvalho/ G1).
Salvador, 17.06.12 (Biól. Sonia Portugal).

Bicicletas de bambu são a novidade nas ruas de São Paulo


Bicicletas de bambu são a novidade nas ruas de São Paulo

As bicicletas de bambu começaram a andar pela cidade de São Paulo. Elas fazem parte do “Escolas de Bicicleta”, um projeto criado pela Secretaria Municipal de Educação que tem como proposta formar ciclistas urbanos.
O bambu é um dos materiais mais sustentáveis do mundo. Bonito, resistente e renovável, já conquistou seu espaço em grandes construções e começa a ser pensado também como alternativa para outros meios.
Curioso pensar, contudo, que no distante ano de 1995 (quando não se discutia diariamente o futuro do planeta) o designer brasileiro Flávio Deslandes criou os quadros (a estrutura central da bicicleta) de bambu.
Além de incentivar o uso de um material natural, a ideia já estimulava que a população andasse menos de carro, produzisse menos poluição e consequentemente, tivesse uma vida mais saudável.
As bicicletas, atualmente, estão sendo construídas dentro do Centro Educacional Unificado (CEU) Jardim Paulistano.
Escolas de Bicicleta – O projeto “Escolas de Bicicleta” é destinado a estudantes dos CEUs que tenham entre 12 e 14 anos.
O programa visa ensinar e preparar os jovens a se locomoverem no percurso casa-CEU-casa sem correr nenhum tipo de risco.
Acompanhados por um monitor, os grupos são formados por cerca de 15 alunos. Depois de um mês de aula, eles recebem um certificado que os aprova a fazer o trajeto com os colegas.
Além das bicicletas e do certificado, os alunos recebem um kit com capacete, iluminação, colete refletivo, bagageiro e alforje (um tipo de sacola), buzina, retrovisor e cadeado.
O dinamarquês Eduardo de Luna Freire Bueno, especialista em mobilidade urbana, é um dos responsáveis pelo sucesso da proposta. Ele criou o conceito em seu país natal e espera inspirar outras cidades do mundo.
Futuro – O desejo do projeto é, até dezembro de 2012, equipar todos os CEUs da cidade e formar cerca de 4,6 mil novos ciclistas. (Fonte: Folha.com)

Menina que ‘calou o mundo’ na Rio 92 volta como ativista para a Rio+20


Menina que ‘calou o mundo’ na Rio 92 volta como ativista para a Rio+20

Há 20 anos, a canadense Severn Cullis-Suzuki ficou conhecida como “a menina que silenciou o mundo por cinco minutos” por seu discurso feito para delegados e chefes de Estado na Rio 92. Aos 12 anos de idade, conseguiu emocionar os presentes no Riocentro com frases marcantes como “sou apenas uma criança e não tenho as soluções, mas quero que saibam que vocês também não têm”.
Já crescida, com 32 anos, mãe de dois filhos e pós-graduada em etnobotânica, Severn retorna ao Brasil para a Rio+20, e quer mais uma vez a atenção dos chefes de Estado para alertar que desde 1992, quase nada mudou.
Antes, na terça-feira (12), em preparação à cúpula da ONU, faz uma palestra na TedXRio+20, realizado no Forte de Copacabana, dentro do projeto Humanidade 2012.
Nas duas oportunidades, a ativista tentará alertar que o mundo não conseguiu superar seus problemas ecológicos existentes há duas décadas, já que os governantes “pensam apenas na incerteza econômica, não na ambiental”.
Em entrevista ao G1, ela afirma que a população ainda não percebeu o significado da crise ecológica e que “estamos vivendo um novo evento de extinção em massa no planeta”.
Sobre ao Brasil, Severn diz que o país tem, na Rio+20, a chance de assumir a liderança ambiental, mesmo, segundo ela, o governo tendo comprometido a Amazônia ao mudar o Código Florestal e autorizar as obras da hidrelétrica de Belo Monte, que considera uma “tragédia para o mundo”.
Discurso – Severn conta que seu discurso na Rio 92 ocorreu após convite das Nações Unidas, que tentava reajustar o cronograma das plenárias de chefes de Estado. Ela, que estava no Brasil junto com outros adolescentes da ONG Eco (Environmental Children’s Organization, fundada por Severn) foi escolhida para falar aos delegados e utilizou o período de cinco minutos para abordar questões importantes como o buraco na camada de ozônio e o impacto da mudança climática em seu país, o Canadá.
“Vi que muitas pessoas choraram após o discurso. Desde então, milhões de pessoas viram o vídeo [que está no YouTube e já teve mais de 23 milhões de acessos]. Ainda recebo correspondências sobre isso, mas 20 anos depois, o que mudou? Ainda procuro provas de que minhas palavras fizeram diferença”.
Severn afirma que nas duas décadas que se passaram, a comunicação e a velocidade da informação melhoraram devido à internet. Mas, na perspectiva ecológica, o mundo continua “em sérios apuros”. Para ela, “nosso estilo de vida está com prazo estourado e não seremos capazes de sustentá-lo, pois nossos ecossistemas estão no limite”.
Ela comenta que a mudança climática é um crime “intergeracional”, ou seja, que passará por várias gerações, e se diz envergonhada com a atitude do governo do Canadá ao se retirar do Protocolo de Kyoto, em dezembro de 2011, por não conseguir cumprir as metas de redução de gases de efeito estufa.
“Estou absolutamente envergonhada. Em 20 anos, meu país deixou de ser um campeão da sustentabilidade para se tornar um retardatário ambiental”.
Brasil e Rio+20 – Sobre a discussão ambiental no Brasil, Severn diz que empreendimentos como a usina hidrelétrica de Belo Monte, em construção no Rio Xingu, no Pará, só demonstram que o mundo não valoriza os serviços ambientais da Amazônia. Ela se diz desapontada com o andamento da construção e com mudanças recentes nalegislação ambiental (Código Florestal) que “irão comprometer a floresta devido ao aumento da exploração madeireira”.
“É o pulmão do mundo e devemos pagar para que a Amazônia permaneça intacta”.
Sobre a Rio+20, a canadense afirma que a conferência só conseguirá êxito se os governos deixarem de pensar nas crises econômicas e passarem a planejar uma forma de socorrer o meio ambiente nos mesmos métodos aplicados para socorrer bancos, com a injeção de dinheiro. “Devemos reduzir nossa pegada ecológica e começar a usar a nossa voz.”
Questionada sobre qual será o cenário do mundo daqui 20 anos, na Rio+40, Severn foi enfática: “verei isto a partir da próxima semana”. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)
SSA, 17.06.12

Rio+20 promoverá papel da mulher no desenvolvimento sustentável


Rio+20 promoverá papel da mulher no desenvolvimento sustentável, diz Bachelet

A diretora-executiva da ONU Mulheres, a ex-presidenta chilena Michelle Bachelet, quer que os líderes mundiais presentes na Rio+20 reconheçam e promovam o papel da mulher para tornar realidade o desenvolvimento sustentável.
“Queremos gerar a maior quantidade de apoio à igualdade de gênero e à capacitação da mulher, porque a mulher é uma peça-chave para o desenvolvimento sustentável”, disse Bachelet
Bachelet, que viajará ao Brasil na próxima semana, liderará os esforços da ONU Mulheres na chamada Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontecerá no Rio de Janeiro de 20 a 22 de junho, para que se reconheça “o papel vital da mulher” na busca por um futuro melhor para o planeta.
“Se conseguirmos avançar mais rapidamente em questões da igualdade de gênero, também vamos avançar mais rapidamente no desenvolvimento sustentável”, ressaltou a responsável da ONU Mulheres.
A ideia de Bachelet é lançar uma chamada aos Governos do mundo, ao setor privado e à sociedade civil para que “deem prioridade à igualdade de gênero e à capacitação da mulher na agenda do desenvolvimento sustentável”, mas também para que “acelerem o início de seus compromissos”.
A diretora da ONU Mulheres quer o envolvimento da mulher em assuntos tão vitais para o desenvolvimento sustentável como o uso de energias renováveis e novas técnicas de pesca e coleta, porque, “primeiro de tudo, facilitaria sua vida, e, depois, porque teria um impacto muito propício sobre o planeta com esse tipo de decisões”.
Para a cúpula da Rio+20, Bachelet previu celebrar um encontro com as mulheres chefes de Estado e de Governo presentes para lançar “uma chamada” que impulsione o papel da mulher em todos os âmbitos. (Fonte: Portal iG)
SSA, 17.06.12